I know not what tomorrow will bring.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Giovanni Rossi e a Colonia Cecília

Giovanni Rossi (pseudônimo Cardias) (1856 - 1943) foi um anarquista italiano, engenheiro agrônomo e médico veterinário de profissão, escritor que por influência dos socialistas libertários experimentalistas franceses (socialistas utópicos no jargão marxista), escreveu uma série de livros sobre a criação de comunidades experimentais. Foi membro da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) de Pisa, fundou a Colônia Agrícola Experimental Cittadella em Cremona, e ganhou notoriedade ao tentar implementar a colônia experimental Cecília no ano de 1890, em território brasileiro, na cidade de Palmeira, estado do Paraná.

Link de um artigo interessante sobre a colônia:
http://www.ifch.unicamp.br/ael/website-ael_publicacoes/cad-8/Artigo-1-p09.pdf

Roberto Freire.



O inconsciente coletivo agindo - tudo de acordo.


A Soma - uma terapia anarquista

Foi criada e desenvolvida no Brasil pelo instaurador Roberto Freire para ser um instrumento para aqueles que buscam respostas originais em suas vidas, procurando entender o comportamento político humano em sociedade a partir do cotidiano das pessoas. São as micro-relações que produzem o germe do autoritarismo social, num jogo de poder e sacrifício onde valores capitalistas como a competição, o lucro e a exploração já não podem ser tratados apenas como questões de mercado e ideologia. É inegável a influência destes valores sobre áreas vitais das relações humanas, como no amor, por exemplo, onde sentimentos (ciúmes, posse, insegurança) e situações (competição, traíção, mentiras) parecem reproduzir no micro-social todos os ranços e saldos do autoritarismo de Governos e Estados. Para a Soma, portanto, a política começa no cotidiano e é a fonte dos mecanismos de manutenção da ordem social, assim como tem forte influência sobre a subjetividade das pessoas. Baseado nas pesquisas de Wilhelm Reich, colaborador e depois dissidente da psicanálise de Freud, a Soma nasceu de estudos sobre o desbloqueio da criatividade. Através de exercícios teatrais, jogos lúdicos e de sensibilização, criamos uma série de vivências que possibilitam uma rica descoberta sobre o comportamento e suas inúmeras nuances. Perceber como o corpo reage diante de situações tão diferentes, como a agressividade, a comunicação, a sonsorialidade, a sensualidade e sua relação com sentimentos e emoções, permite um resgate daquilo que nos diferencia enquanto individualidade, para criar um jeito novo, a originalidade contra a massificação. Assim, a Soma se constitui como um processo terapêutico corporal e em grupo, com conteúdo político explícito, o anarquismo. A terapia tem tempo determinado (cerca de um ano e meio) e é realizada em sessões de três horas cada (são quatro por mês) em vivências compostas de exercícios corporais e dinâmica de grupo autogestionária. Buscando uma ampliação do caráter libertário da Soma, há alguns anos estamos utilizando a capoeira angola também como parte integrante da terapia. Fazer Soma, viver o processo de um grupo diante do desafio de produzir relações mais sinceras e solidárias é buscar saídas práticas na construção de sociabilidades mais livres e saudáveis. Tentar ser algo mais do que um indivíduo perdido entre redes de controle social. João da Mata – somaterapeuta